Todo o peso e versatilidade de Michael Ammot

Foto: Fanny Larcher-Collin
Entrevista originalmente publicada no site rockmania.com.br, em 11/10/2018

WV- Olá, Michael Ammot! É um prazer realizar esta entrevista, seja bem-vindo!

​MA- E aí cara! É bom estar falando com você. Obrigado!

WV- Vocês têm muitos fãs aqui no Brasil. Do que você mais gosta por aqui?

MA- Nós adoramos tocar no Brasil! Eu acho que a primeira vez que estivemos aí foi talvez, eu não sei, há uns 10 anos atrás. Mas sempre tivemos ótimas experiências aí. Grandes apresentações, grandes fãs e uma boa atmosfera. Os fãs são realmente apaixonados pelo Metal e pelas bandas que eles gostam. É uma ótima sensação estar aí! É algo que estamos sempre ansiosos.

WV- Vamos voltar no tempo agora… Você tinha uma banda chamada Carnage, que inclusive tem um disco lançado em 1990, o “Dark Recollections”. O que você se lembra daquela época?

MA- Isso foi há muito tempo atrás… Foi minha primeira experiência de gravar um álbum. Antes disso eu só tinha gravado demo tapes, apenas duas ou três músicas. Então esse foi um disco completo que nós gravamos naquela época. Nós estávamos muito animados, é claro! É como quando você faz algo pela primeira vez. Tudo é aprendizado, e eu aprendi muito com essa experiência.

WV- Em seguida você tocou no Carcass, onde gravou dois discos, o “Necroticism – Descanting The Insalubrious”, em 1991, e o “Heartwork”, em 1993. Como foi sua experiência com o Carcass?​

MA- Foi uma lição enorme para mim quando entrei no Carcass. Eu tinha uns 20 anos de idade, e não tinha muita experiência. Os caras do Carcass já tinham gravado dois álbuns, já tinham feito turnês e tinham mais experiência. Então eu aprendi muito com eles nessa grande oportunidade, que eu agarrei com as duas mãos.Eu pude sair em turnê pelo mundo. Fiz turnê pelos Estados Unidos com a banda Death. Foi uma grande experiência, e eu tinha apenas uns 20, 21 anos de idade.

Foto: Divulgação

WV- Outra banda que você tocou foi o Candlemass, onde gravou o disco “Dactylis Glomerata”, em 1998. O que dizer dessa fase em sua vida?

MA- Foi meio estranho… Eu sempre fui um grande fã de Candlemass. Eles são uma de minhas bandas preferidas. Na verdade, um dia, há muitos anos atrás, há uns 20 anos atrás, o baixista, fundador e compositor da banda, Leif Edling, me telefonou. De alguma forma ele conseguiu meu número, e me convidou para tocar em uma gravação que ele estava fazendo. Era algo como um disco solo, e é claro que eu disse sim! Mas então quando estávamos gravando ele disse que seria para um disco do Candlemass, por várias razões. Eu realmente não senti que estava gravando um álbum do Candlemass. Mas, ainda assim foi muito legal trabalhar com o Leif Edling, ele é um verdadeiro mestre do Doom.

WV- E a banda Spiritual Beggars?​

MA- Na verdade nós não estamos na ativa atualmente. Já gravamos um monte de álbuns, foram 9 discos ao longo dos anos. Então temos muitas músicas. Eu montei essa banda porque eu queria explorar mais o Hard Rock, o Heavy Metal mais primitivo e essas coisas, como Deep Purple, Uriah Heep e Black Sabbath. Esse é um lado diferente de minha maneira de tocar guitarra, de compor com outros caras, grandes músicos também. Então, é algo que eu curti muito ao longo dos anos, mas agora não estamos realmente na ativa. Todos estão tocando em bandas diferentes, então é difícil com as agendas. E também, o Arch Enemy é uma banda muito ocupada, e está dominando minha vida. A agenda do Arch Enemy é muito difícil.

Foto: Maru Debiassi

​WV- O Arch Enemy já teve três vocalistas diferentes: Johan Liiva, Angela Gossow e Alissa White-Gluz. Como você vê cada uma dessas fases da banda?​

MA- Eu realmente gosto de todas as fases. Eu acho que todas elas produziram boas músicas, e tenho lembranças muito boas de todas as eras, por assim dizer, com esses diferentes cantores. Todos eles são talentosos à sua maneira, e eu tive ótimos momentos trabalhando com todos, com todos os integrantes que passaram pela banda ao longo dos anos. Mas eu estou super feliz de estar trabalhando com a Alissa agora, ela é formidável! Nós vivemos grandes momentos fazendo música e viajando pelo mundo.

WV- Uma das coisas que me chamam a atenção no Arch Enemy é a qualidade dos seus videoclipes. Vocês têm uma atenção especial voltada para a produção desse material?

​MA- Isso acontece graças ao nosso diretor de vídeo Patric Ullaeus, que é um verdadeiro fenômeno dos vídeos. Ele já está fazendo nossos clipes há anos. A sua qualidade é muito alta. Os vídeos têm um número incrível de visualizações, como por exemplo o clipe de “The Eagle Flies Alone”, do novo álbum, com mais de 30 milhões de visualizações. É incrível como o youtube e coisas assim são tão importantes hoje em dia, então é bom termos vídeos de boa qualidade.

​WV- Quais os momentos que você considera mais importantes em sua carreira?​

MA- Os momentos mais importantes… Foram muitos momentos importantes. Um dos maiores talvez tenha sido a oportunidade de ter entrado no Carcass, e sentir o gosto de gravar, de fazer turnês ao redor do mundo.Pude deixar de ser apenas um músico local na Suécia para ser conhecido na cena internacional, na cena underground do Metal. Eu pude realmente dar um sentido para isso tudo, de como essa vida é.Essa experiência de três anos em que toquei com eles foi incrível e mudou a minha vida. Outro momento importante foi ter criado a minha própria banda, especialmente o Arch Enemy, que é uma parte tão importante da minha vida. O Arch Enemy é de fato a banda que eu comecei. Então, eu posso criar músicas do jeito que eu quero ouvir as músicas do Metal, com vocais agressivos, bateria veloz, riffs de Thrash Metal com harmonias clássicas do Heavy Metal nos solos. O que eu quero dizer é que é como se fosse a minha banda dos sonhos. Então, eu provavelmente escolho esses dois momentos.

WV- Você que viaja bastante, como vê a cena Metal ao redor do mundo atualmente?

​MA- A cena Metal ao redor do planeta é forte! Eu diria que está mais forte do que nunca em alguns aspectos.Especialmente para bandas como Arch Enemy. Nós tocamos grandes shows o tempo todo. Há novas gerações chegando, muitas pessoas estão entrando na cena Metal, muitas pessoas estão adentrando a música Heavy agora, então eu penso ser um bom momento.Nós fizemos um monte de shows na China este ano, em cidades que eu nunca tinha ouvido falar, cidades realmente grandes, com muitos fãs de Metal lá também. Então existem fãs de Metal em toda parte, em todos os cantos do mundo têm fãs de Metal. É maravilhoso!

WV- O que você não gosta no meio musical?​

MA- Dar entrevistas! (risos) O que eu não gosto no meio musical, eu não sei… Eu realmente gosto do processo de criação e composição de músicas. Eu fico inspirado quando estou escrevendo coisas novas, criando canções a partir do nada. Então vem a inspiração, e você tem alguns riffs e os transforma em uma música, com melodias e letras. Então você entra no estúdio, você produz e adiciona coisas. Isso é muito divertido! Este é um processo do qual nunca me canso. E é claro, fazer os shows, encontrar os fãs e tocar as músicas para eles, vendo a sua reação e pegando aquela energia deles. É incrivelmente gratificante! Então, não sei, eu meio que gosto de tudo. Eu sei que devo dizer algo que não gosto, eu estou tentando pensar em algo agora. (risos) Às vezes os negócios podem ser um pouco entediantes,a parte comercial, os orçamentos e coisas assim de dinheiro. Mas isso é importante também, e eu me interesso pelo lado dos negócios, mas talvez não seja a minha área favorita.

WV- Agora, uma questão descontraída: se você pudesse fazer parte de qualquer banda da história da música, qual seria ela e por quê?​

MA- Eu acho que eu gostaria de ser baixista do Jimi Hendrix, porque eu poderia tocar com Jimi todas as noites. Seria ótimo!

WV- Michael Amott, muito obrigado pela entrevista!

​MA- Muito obrigado pelo apoio! Eu agradeço por isso, muito obrigado! Vejo vocês em breve!

Foto: Facebook Arch Enemy
Wander Verch

Wander Verch

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