Entrevista Richie Kotzen – por Rafael Nery

Fotos: Divulgação

Entrevista publicada em maio de 2007 no site guitar-clinic.net

Rafael Nery: Olá Richie, como você está? Muito obrigado por essa oportunidade. Nós estamos muito felizes por te entrevistar.Por favor, conte-nos quando você entrou no mundo da guitarra e quem são suas maiores influencias e bandas favoritas?

Richie Kotzen: Eu comecei a tocar guitarra quando eu tinha 7 anos de idade… Eu fui originalmente inspirado por um pôster do Kiss… daí pra frente eu comecei a ouvir Van Halen e AC/DC… Eddie Van Halen foi o primeiro guitarrista que eu tentei imitar quando jovem… Daí eu comecei a ouvir Stevie Wonder, Sly e The Family Stone e outras coisas de R&B, então minhas influências vão de rock clássico até o antigo R&B.

Rafael Nery: Além de ser um incrível guitarrista, você é também um incrível cantor. Quando você começou a fazer isso e quem são seus heróis nesse aspecto? Você já teve aulas para cantar ou tocar?

Richie Kotzen: Eu tive aulas de guitarra quando eu era criança… Nos meus 20 anos eu tive um problema com minha voz e precisei de uma cirurgia por conta de nódulos… Depois da cirurgia eu fui a um professor de canto para descobrir se eu estava fazendo alguma coisa errado… Ele me ajudou muito… Infelizmente eu terminei com nódulos um ano depois da primeira cirurgia e tive de fazer uma segunda… Felizmente, para mim, eu não tenho tido esse tipo de problema desde então…

Rafael Nery: Você era ainda muito jovem quando assinou com a Shrapnel Records. Você acredita que essa foi uma coisa importante pra sua carreira?

Richie Kotzen: Eu acredito que isso foi muito importante. Naquela época havia um enorme interesse em guitarra elétrica e a Shrapnel foi o mais significante selo distribuindo música nova de guitarra. Eles foram muito responsáveis por fazer minha carreira engrenar no mercado musical…

Rafael Nery: Depois disso, você entrou no Poison para substituir o guitarrista. Como foi essa época? A partir desse momento, você começou a alcançar mais pessoas com sua música?

Richie Kotzen: Sim! O Poison foi uma coisa enorme para mim quando aconteceu… Isso realmente expôs tanto o meu jeito de tocar como de compor para todo um novo público.

Rafael Nery: Na sua voz e no seu jeito de tocar nós podemos perceber claramente uma influência funk em músicas como “Suffocation”,”Socialite”. De onde vem tudo isso?

Richie Kotzen: Crescendo na Philadelphia, eu fui exposto a muitos desses gêneros musicais. Este era o som e quando eu era jovem isto estava em toda parte… Eu estou certo que é daí que minhas raízes vêm e o porquê do meu estilo ser assim.

Rafael Nery: Você também gravou um álbum com “Stanley Clarke” chamado Vertu. Você acredita que isso foi algo diferente do que você estava acostumado a fazer?

Richie Kotzen: De várias maneiras sim… Eu tinha feito um CD de Fusion poucos anos antes com Jeff Berlin e Gregg Bissonnette… O projeto do Stanley foi diferente porque era mais estilo uma banda mesmo… Stanley também é uma lenda nesse tipo de música e foi um grande aprendizado para mim.

Rafael Nery: “Tilt” foi um projeto que incluía você e Greg Howe.Greg é um músico incrível. O que você tem a dizer sobre isso?

Richie Kotzen: Eu adoro o trabalho do Greg. Nós dois crescemos na mesma parte da Pennsylvania. Eu estava ciente dele e sua banda quando eu era um adolescente e nós costumávamos ir ver um ao outro tocar. Eu acho que Greg é um dos melhores guitarristas no mundo e definitivamente foi muito bom ter gravado com ele no Tilt. Ele me inspirou a tocar melhor do que eu teria se eu estivesse trabalhando sozinho.

Rafael Nery: Falando da sua carreira solo, você tem muitos álbuns. Quais são os mais especiais e canções para você? Você mudaria algo nos álbuns antigos?

Richie Kotzen: Eu acredito que os antigos álbuns me representam como um músico jovem ainda procurando por uma direção… Eu prefiro meus trabalhos posteriores.”Into the Black”, meu CD mais novo é de longe o meu favorito. Eu também gosto do cd que eu fiz chamado “What is”… É difícil eu mesmo julgar porque todas minhas gravações são como retratos de onde eu estava criativamente naquele momento de minha vida.

Rafael Nery: Qual a diferença entre tocar no começo de sua carreira e hoje em dia?

Richie Kotzen: Bem, eu tenho muito mais experiência em todas as áreas… Eu sou muito mais confiante e mais conectado comigo mesmo. Então, eu acredito que o trabalho é mais honesto no resultado final…

Rafael Nery: Você é um ótimo compositor e possui ótimas baladas/Hits. “Acoustic Cuts” é provavelmente uma boa evidência disso. Quando você decidiu gravar esse álbum acústico? Quanto tempo você leva pra escrever uma música?

Richie Kotzen: O processo de compor é sempre diferente. Algumas músicas acontecem instantaneamente e outras levam mais tempo. É quase impossível imaginar o porquê. Não há razão para realmente entender. Normalmente, quando eu não tenho nada em minha cabeça é quando eu sou mais fértil e é importante estarlimpo e vazio por assim dizer… Nessa claridade e nessevazioé que a criatividade irá vir.

Rafael Nery: Você tem duas guitarras Signature da Fender. Nos conte mais a respeito.

Richie Kotzen: Eu tenho dois modelos signature da Fender. Uma Strato e outra Tele… Elas estão em produção desde 1996 e são as 2 guitarras elétricas que eu uso na maior parte do tempo. Dependendo do meu humor eu troco da Tele para a Strato. Ultimamente eu venho tocando mais com a Strato. Ambas guitarras são totalmente customizadas para minhas especificações incluindo madeira específica, captadores e trastes.

Rafael Nery: Quando você entrou no Mr.Big? Como foi essa experiência? Foi um trabalho árduo substituir Paul Gilbert?

Richie Kotzen: Eu entrei no Mr.Big em 1999… Eu nunca acreditei que estava substituindo alguém… Isso era mais como o começo de um novo capítulo da banda, assim como na situação do Poison. Uma vez que eu era um compositor, eu sentia como se eu tivesse a chance para ser eu mesmo e não copiar outra pessoa. Tocar as partes do Paul ao vivo era muito divertido. Ele é um músico brilhante e nossos estilos são bem diferentes… Eu acabei tocando as partes dele um pouco diferente para encaixar com meu estilo. Felizmente, para os fãs no Japão, onde Mr.Big é mais popular, eles me aceitaram na banda. Nós fizemos dois Cds de estúdio e algumas poucas coisas ao vivo também.Foram bons tempos.

Rafael Nery: Você trouxe para o Mr.Big um ótimo timbre de Telecaster e um forte vocal blues/funk. Como era o processo de aprender as músicas antigas e colocar seu estilo nelas? Por exemplo, “Alive and Kickin”,”Green tinted Sixties mind” ganharam excelentes versões.

Richie Kotzen: Eu simplesmente toco a música como eu a ouço. Eu não estou certo em todas situações. Eu acredito que se alguém me chama para tocar com eles, querem o que eu faço. Eu não sou o cara que é chamado para preencher um grupo e ser sideman. Eu poderia fazer isso,mas eu acredito que eu tenho a reputação de alguém que é mais como um membro de uma banda. Alguém que vai trazer algo criativo para a mesa e não só tocar partes escritas previamente.

Rafael Nery: Você gravou dois álbuns com o Mr.Big e sua música chamada “Shine” se tornou hit, principalmente no Japão. Como foi isso?

Richie Kotzen: Isso foi demais! Não há nada como uma música sair e conseguir uma ótima reação das pessoas… Isso me faz sentir bem,ver pessoas cantando a letra que escrevi.

Rafael Nery: Vocês fizeram uma turnê de despedida.Você acha que seria possível fazer uma “reunion” tocando você e Paul Gilbert juntos?

Richie Kotzen: Duvidoso. Eu acredito que os membros do Mr.Big estão felizes fazendo o que estão fazendo, apesar que seria uma turnê legal.

Rafael Nery: Richie muito obrigado por esta entrevista! Por favor deixe uma mensagem aos visitantes do Guitar Clinic.

Richie Kotzen: Obrigado pela atenção e se você gosta do meu som você pode comprar meu novo CD –“Into the Black” no iTunes ou diretamente de www.richiekotzen.com.

Rafael Nery

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