Rafael Nery entrevista integrantes da banda de Andre Matos

Foto: Divulgação

Entrevista publicada em abril de 2008 no site guitar-clinic.net

Rafael Nery: Olá, como vocês estão? Inicialmente muito obrigado pela entrevista, gostaria de começar sabendo de cada um como se deu o início com a música, quem foram suas principais influências?

Hugo Mariutti: Eu comecei em 1989, porque o Luís já tocava baixo e quando eu pedi por algumas aulas de baixo ele me disse que eu tinha a mão muito pequena e era melhor eu tocar guitarra…(risos) E na verdade eu o agradeço hoje em dia por isso, pois assim podemos tocar na mesma banda e não ser concorrentes. Neste mesmo ano eu comecei a ter aula com o Marcelo Araújo que tocava no Firebox com o Luís, tive uns três anos de aulas com ele e logo em seguida fui ter aula com o André Hernandes (Zazá) e tive por vários anos. Em seguida comecei a formar ass bandas, no começo já tinha tocado em uma banda de Thrash Metal, depois formei o Henceforth, comecei no Shaman e agora estou neste projeto com o André. A minha influência no Heavy Metal foi o Randy Rhoads.

Fábio Ribeiro: Na verdade eu comecei meio que por acidente, foi em 1975 quando eu estava fazendo seis anos mais ou menos. Meus pais eram músicos, minha mãe tocava piano e meu pai era professor de violão erudito, então meio que já quando eu nasci meu pai queria me colocar de alguma maneira na música só dependendo de mim para escolher um instrumento quando eu estivesse em uma idade para fazer isto com mais clareza. Então eles acabaram me dando um piano mesmo que também foi acidente, pois eu queria na verdade um piano de brinquedo que eu tinha visto um vizinho meu ganhar e como eu comecei a pedir muito por isto, foi a oportunidade deles de comprarem um piano e me colocarem na escola de música que, no início, foi algo que não gostei muito, cabulava aula direto e tudo mais. Eu comecei a pegar gosto mesmo quando eu comecei a tocar com banda mesmo que foi no início dos anos 80, aí sim me deu aquela vontade de estudar e me formei uns dois, três anos depois e de lá para cá foi só tocando com banda e eu sou autodidata no instrumento como no restante das coisas: teclados eletrônicos e tecnologia, só fiz este curso de piano erudito aos 11 anos. De influência dentro do que eu faço, rock no caso são os três: Keith Emerson, Rick Wakeman e John Lord.

Luís Mariutti: Eu vou ser bem resumido. Eu comecei com treze anos por causa do Steve Harris e meu pai me deu um baixo azul da Manon, que é uma das casas mais caras que tem aqui em São Paulo, por causa do baixo dele no The Number of the Beast e foi isso ai, comecei assim e esta foi minha maior influência.

André Hernandes: O baixo azul deu para enganar direitinho…Rs

Luis Mariutti: Mas também, para um moleque de treze anos tava bom né (rsrs). E eu ainda ferrei todo o baixo, afinei tudo errado, soltei a ponte, tive de colar com super bonder… foi um show de horror o começo. Mas foi isso aí, tocando com banda até eu entrar no Angra.

André Hernandes: Eu comecei com 11 anos, e na família do meu pai todo mundo toca. Eles tinham um grupo de choro.Meu pai cantava e tocava pandeiro e eu tinha um tio que tocava um violão de sete cordas, que me deu meu primeiro violão. A princípio eu iria tocar música brasileira, mas não deu muito certo…Rsrs

Com treze anos que eu ganhei a primeira guitarra e aí já não estava mais a fim de tocar violão e comecei a me dedicar à guitarra mesmo, e foi direto, comecei a estudar, sempre fiz aulas com diversos professores, me tornei professor com 17 anos e também sempre toquei em banda. Esta parte de influência acho que tem a ver com o período, é difícil citar um, dois, três caras pois em uma época da sua vida você é influenciado pelo guitarrista do momento.No meu começo foram: o Randy Rhoads, o Angus Young e o Van Halen e depois vieram outros, pois aqueles que tocaram guitarra na segunda metade da década de 80 inevitavelmente foram influenciados por Yngwie Malmsteen, Joe Satriani e Steve Vai . Nos anos 90, já conheci um pouco mais da música instrumental americana, o Jazz e o Fusion ai vem Scott Henderson, Greg Howe e Mike Stern. Porém o período que estou agora, me dedicando ao trabalho com o André Matos, acho que vou resgatar os primeiros lá: Randy Rhoads, Van Halen e o Brian May também foi uma influência legal.

Eloy Casagrande: Eu comecei tocando com oito anos de idade, desde pequeno eu tinha mania de bater em tudo, aquelas coisas de criança: você estar almoçando e bater os talheres.Eu lembro que minha mãe me deu uma bateria de brinquedo que nem servia para nada, e eu tive um ano de aula com aquela bateria.Ela não tinha nem pedal e eu ainda lembro que tinha uma pele azul…(risos). Depois um ano, minha mãe me deu uma bateria legal e eu comecei a ter aula. Eu lembro que todo final de ano havia uma audição que era a única que eu realmente me preparava. Não estudava o ano inteiro, chegava um dia antes da audição eu estudava para tocar neste festival que tinha na escola.Eu comecei a tocar sério mesmo com 13 anos, pois antes eu só queria brincar, andar de bicicleta e etc, e não tocar bateria.Comecei a estudar sério mesmo, tive aulas com o Aquiles e em 2004 eu tive minha primeira banda de metal e ganhei um concurso nacional chamado Batuca.Em 2005, ganhei um concurso mundial para até 18 anos nos Estados Unidos e agora estou tocando na banda.A minha maior influência é o Dean Castronovo, pois eu ouço muito todos os cds que ele já gravou, tem também o Tommy Aldrige e o Mike Terrana.

Rafael Nery: Alguns de vocês já comentaram sobre isso, mas por favor, falem um pouco sobre a formação acadêmica (Faculdade, professores particulares, etc) de cada um, em relação a música.

Fábio Ribeiro: Não, eu não tive tempo…

Luis Mariutti: Eu estudei com o Márcio Vitúlli os três primeiros anos que era um baixista aqui de São Paulo, que tocou com o André Cristovam, depois estudei um ano e meio na ULM. Seis meses com o Roberto Síon e com o Zazá.

André Hernandes: Eu tive vários professores de bairro que não fizeram muita diferença, o meu primeiro bom professor mesmo foi o Michel que tocava com o Luís no Firebox que na época ainda se chamava Jaguar…

Luís Mariutti: Michel Perie, dá aula até hoje… Foi um dos primeiros que se formou no GIT.

André Hernandes: Este foi o meu primeiro grande professor. Ele é um Francês que veio de Los Angeles, e foi pelo menos a primeira pessoa em São Paulo que chegou com um material didático legal, gringo mesmo.Ensinou-me os primeiros conceitos de harmonia, improvisação, modos, Sweep que na época era uma novidade, pois na época ouvíamos os discos do Malmsteen e não entendíamos como fazer e o Michel já tinha esta informação porque ele trazia de fora. Depois veio o Mozart Mello que foi assim um Mestre, fiz aula com ele por 5 anos e neste período tive que optar por fazer faculdade de música ou não fazer e eu optei por não fazer porque eu tinha alguns alunos que faziam faculdade de música na época e eles não conseguiam se dedicar a guitarra porque a faculdade exigia muito do tempo deles. Eu optei por ser um instrumentista mesmo.

Rafael Nery: Eu conheço bem esta história…risos

André Hernandes: Então eu optei pelo meu instrumento, eu acho muito legal e tinha vontade de fazer pelo conhecimento extra, ou seja, você não vai ser só um guitarrista, mas eu tive de fazer uma escolha e eu escolhi a guitarra mesmo e preferi ficar me dedicando só ao instrumento.

Rafael Nery: Bom uma pergunta inevitável que todos os fãs querem saber, vocês já passaram por diversas bandas e o Luis Mariutti toca com o André há mais de quinze anos, qual a principal diferença desta nova banda que é a carreira solo do André Matos para as outras que vocês participaram?

Luis Mariutti: A principal diferença é a convivência. É o melhor clima que nós já tivemos em todos estes tempos de bandas. No começo do Angra também rolou, mas o Angra também já foi uma banda conturbada desde o começo. O Shaman também chegou uma hora que o clima pesou e esta banda é a primeira que nós conseguimos ver que o clima está fluindo muito bem assim.Na hora de compor, ensaiar, fazer turnê então esta é a principal diferença.E foi isso que sempre procuramos, uma banda com o clima ideal para podermos só pensar em música mesmo.

Hugo Mariutti: Acho que a principal diferença do Shaman para cá, é a entrada de uma guitarra nova para banda somada ao clima que o Luis mencionou, todo mundo tranquilo para trabalhar e pensar só em música.

Rafael Nery: Como surgiu a ideia de usar dois guitarristas? E como está sendo para você, André Hernandes, que sempre teve todo um lado Fusion, tocar em uma banda de heavy metal?

André Hernandes: Bom, a ideia de usar duas guitarras partiu do Hugo e do André…

Hugo Mariutti: É, assim! Quando começou o projeto, na verdade, nós pensamos em toda carreira do André e tudo que ele já havia feito, em todas as músicas, como tocaria ao vivo isto tudo.O Shaman era uma outra proposta, então eu mesmo sugeri ao André (Matos) que colocássemos uma outra guitarra e o primeiro nome pensando foi o André Hernandes…

Luis Mariutti: Como é a carreira do André, decidiu chamar o André…Rs

Quem sabe ele troca a gente por André também no meio do negócio…Rs

Hugo Mariutti: Só vai ter André!Rs “Andrés Matos” …Rs

Luis Mariutti: Ele começou pela guitarra, isto não quer dizer que a gente não vai saindo e entrando um André em cada lugar bem no meio do negócio…Rs

Hugo Mariutti: Quando o André (Matos) veio com o projeto dele, a gente pensou em colocar mais uma guitarra, pois ajuda na hora de compor, de juntar as idéias.Eu e o André sentávamos e pensávamos direitinho em cada parte,arranjos diferentes para as duas guitarras que são coisas que com uma guitarra só você não consegue fazer e para mim foi uma experiência nova que eu toco com duas guitarras. O Henceforth tem uma guitarra, o Shaman tinha uma guitarra então esta é a primeira vez.

André Hernandes: A diferença entre tocar o Fusion e o Heavy Metal é bem grande, mas assim, eu acabei caindo no Fusion porque se você se aprofunda no estudo de qualquer instrumento você tem de abrir para novos estilos.Então inevitavelmente você acaba estudando, no começo eu até estudava o Jazz mais porque achava que era importante, mas não pelo gosto de tocar. Acabei gostando à medida que fui desenvolvendo, mas nunca deixei de tocar rock/metal até porque a maior parte dos meus alunos é deste estilo.Então, se eu não tocava com banda, eu estava tocando em aula, tirando músicas para alunos. Eu sempre gostei de tocar, acho até que o heavy metal é meio parecido com a música instrumental neste aspecto, é muito bom de tocar. Às vezes você não está muito a fim de escutar, mas você está a fim de tocar o que é muito mais legal…

Hugo Mariutti: Na verdade, é um desafio tocar não é fácil como muita gente acha.

André Hernandes: O aspecto técnico também, porque eu precisei me adaptar com muita coisa. Trazer de volta, resgatar vários exercícios que só fazia em aula para alunos, mas não fazia parte do meu estudo diário. Diâmetro de corda, eu lembro que nos primeiros ensaios o Hugo me veio com uma corda 0.12 e falou coloca aí na sua guitarra, ou seja, já foi tratamento de choque logo de cara.Eu estava acostumado com 0.10, e de repente estava tocando com 0.12. A parte de timbre, eu fui muito bem orientado por todos da banda e na gravação teve o Roy Z que também estava ali nos dando conselhos bons. É bem diferente, mas foi divertido.

O Greg Howe mesmo tem um lado bem rock…

É exatamente! A principal influência dele é o Van Halen.

Rafael Nery: Como funcionou o processo de composição para este álbum? Existe algum material que já havia sido escrito para um suposto terceiro álbum do “Shaman” com a formação original ou foi tudo escrito exclusivamente para este álbum?

Hugo Mariutti: As ideias surgiram de diversas maneiras: houve músicas que o Fábio já tinha uma ideia inicial e juntou com o André para escrever, eu tinha algumas ideias, outras eu e Luís criamos em Jams aqui no ensaio.E se eu não me engano, houve uma música que eu, o André e o Luís estávamos escrevendo pro Shaman e entrou no disco que foi a Rescue, foi bem no ato da separação. Depois houve uma música em parceria com o Roy Z, o André Hernandes, o André Matos e Eu. Houve o Pit que fez uma música com o André e uma com a gente também.Então, foram de diversas maneiras diferentes, não havendo uma regra, foi um trabalho de equipe e é uma coisa que o André sempre quis deixar claro que ele queria que funcionasse como uma banda.Ele não monopolizou as composições e disse: “só toca aí!”.

Rafael Nery: A faixa “A New Moonlight” é uma nova versão para a original “Moonlight” que já existia na época do Viper extraindo o mesmo trecho de Beethoven. Como surgiu a ideia para regravar esta faixa visto que os arranjos novos ficaram super positivos?

Fábio Ribeiro: Foi a primeira música que o André compôs para uma banda.

Hugo Mariutti: Foi a primeira música que ele escreveu para a carreira dele.

André Hernandes: Foi a música que lançou o Viper no Japão. Eu fiquei sabendo hoje por coincidência que o disco do Viper vendeu mais que o do Van Halen naquele ano no Japão. Não sei qual foi o disco do Van Halen lançado no mesmo ano…

Hugo Mariutti: Deve ter sido o Van Halen III…rs

Na verdade, nós estávamos fazendo versões para algumas músicas da carreira do André e esta foi uma música que conseguimos deixa-la moderna.

Luís Mariutti: O Roy gostou também, quis deixar ela em um formato meio Queen.

Fábio Ribeiro: Ele deixou uma flexibilidade para que pudéssemos mexer no arranjo também.

Luís Mariutti: E é uma música bonita da carreira dele…

André Hernandes: Como foi a primeira música dele, isto eu o ouvi falando. A primeira música da carreira oficial, ele achou que foi legal recomeçar com ela denovo. Uma releitura, um reinício.

Rafael Nery: Falando sobre a carreira dele, vocês pensam em algum dia regravar uma música do Angra ou do Shaman?

Luís Mariutti: Por enquanto não.

Hugo Mariutti: Por enquanto, a gente nunca conversou sobre isso.

Luís Mariutti: É legal tocarmos ao vivo, com as duas guitarras agora já é uma maneira bem diferente de quem estava vendo na época do Shaman.Músicas como a Carry On que nós revivemos agora e não tocávamos na última turnê do Shaman. É mais para ao vivo, pois para regravar sem uma grande razão é melhor deixar do jeito que foi.

Hugo Mariutti: Ao vivo sempre vai ter! Mas nós nunca sabemos, quem sabe em um EP de repente. Mas nunca conversamos sobre isto.

É que as vezes o tempo passa, e surge uma ideia nova.

Hugo Mariutti: Exatamente! Assim como aconteceu com a do Viper.

Rafael Nery: Continuando até mesmo a falar sobre música clássica, podemos notar esta enorme influência durante todo álbum.Gostaria de saber se mais algum de vocês na banda, fora o André Matos, também é apreciador deste estilo e a estudam a fundo?

Hugo Mariutti: Acho que o Fábio é o melhor para falar!

Fábio Ribeiro: Eu não preciso nem falar, fui “torturado” pela música clássica por anos (risos).

Hugo Mariutti: O Luís é um cara que ouve muita música clássica.

Luís Mariutti: Eu até cheguei a aprender algumas músicas agora para um lance ai, mas eu nunca na verdade parei para ouvir assim.

Fábio Ribeiro: Na verdade, eu tive muito mais contato com a música clássica naquela época…

Luís Mariutti: Na época clássica.Rs

Fábio Ribeiro: Mas nunca parei de estudar e pensar por este lado também.

Hugo Mariutti: Eu acho que muitas coisas que nós ouvimos, adaptações de coisas para a guitarra e etc, fazem com que acabemos ouvindo.

André Hernandes: Quando eu comecei com o Violão, eu comecei com o Violão Clássico.Foram dois anos ali, dos 11 aos 13, mas também não trouxe muita coisa de lá. Eu gosto de ouvir música clássica, acho uma música bonita e também como vivemos nesta geração Van Halen depois Malmsteen, inevitavelmente acabamos caindo na influência clássica que vinha indiretamente através do Yngwie Malmsteen e do Randy Rhoads também. Então eu acho que está implícito em cada um de nós aqui, porque quem viveu anos 80 e 90, não tem como fugir.

Hugo Mariutti: Você pode até não pegar na raiz do negócio, mas você conhece. Bandas como Yes e Rainbow.

Rafael Nery: Como vocês enxergam um estilo tão rotulado pela mídia como o metal melódico?

Fábio Ribeiro: Eu não sei quem é o grande responsável por esta limitação e por não mudar o negócio. Já que as Bandas que tem poder para fazer isto não fazem.

Hugo Mariutti: Eu acho que a principal coisa é a influência do que você está ouvindo na hora que você está compondo. Eu acredito que muitas bandas de metal, como nós, acabam tendo influências de Iron Maiden, Black Sabbath, Deep Purple, só que procuramos escutar outras coisas fora do Heavy Metal e isso ajuda para você acabar achando caminhos diferentes.Transformar estas influências em Heavy Metal.

Rafael Nery: Existe o uso de timbres diferentes no começo das faixas “Rio”, “Rescue”. Seria esta uma maneira?

Hugo Mariutti: Exatamente! Isto é algo que sempre tivemos por ouvir outras coisas.

Fábio Ribeiro: Isso mesmo, no Shaman nós já tentávamos usar para atualizar um pouco mais.

Hugo Mariutti: Para sair um pouco!Eu acredito que a repetição é pelo fato das pessoas sempre ouvirem as mesmas coisas.

Fábio Ribeiro: Existe este problema também, deles quererem sempre ouvir a mesma coisa.

Hugo Mariutti: Exatamente!

Fábio Ribeiro: Porque às vezes você tenta inovar e as pessoas acham esquisito. O pessoal que está mais preso naquele estilo e tem a cabeça mais fechada, ou um gosto musical mais restrito. Eles podem reclamar quando você aparece com uma novidade.

Rafael Nery: Eu lembro quando eu ouvi Turn Away pela primeira vez no Rock The Planet, eu pensei: “Nossa isto não parece Shaman!”

Risos gerais

Hugo Mariutti: O Reason foi um disco que chocou um pouco. Para mim são as influências que fazem com que coloquemos elementos diferentes.

André Hernandes: Existe uma coisa também: “Show Business!” Existem bandas que acharam uma fórmula, vende disco e o cara não arrisca outra. Na Europa existem tantas bandas de metal melódico que acham uma fórmula e ficam nela, o próprio artista, às vezes, não está a fim de arriscar e quer manter-se em seu lugar. Eu acho que este diferencial que o André vem fazendo da época do Viper e do Angra, principalmente a inovação do Angra no Holy Land acredito que tenha sido o diferencial que quebrou aquela ideia de “Como uma banda do país do samba vai fazer sucesso na terra do metal?” Como seria uma banda de pagode japonesa para gente aqui? Não iríamos dar bola, se de repente eles viessem com algo diferente, novo e legal talvez pudéssemos gostar. Então este diferencial que você percebe no trabalho da carreira do André e agora no “Time to Be Free” é a nossa influência e nossa maneira de nos destacarmos num mercado tão competitivo europeu estando aqui tão longe.

Rafael Nery: Já que estamos falando do Holy Land, dirigindo a questão para o Luís que, dos presentes, é o único sobrevivente. Como foi a aceitação na Época?

Luis Mariutti: No Japão já não foi tão bem quanto o Angels Cry, mas foi bem. Agora na Europa foi o que colocou o Angra lá em cima, foi o que sustentou para a imensa turnê europeia do Fireworks que nós fizemos. Na França os shows todos lotados, Itália, Grécia, Espanha, Alemanha. O Holy Land que foi o responsável por tudo isto.

Hugo Mariutti: Aqui no Brasil principalmente, antes de fazer sucesso fora, muita gente não liga. Porém depois que faz o sucesso fora, vira outra coisa.

Luis Mariutti: É, muita gente. O Angels Cry fez mais sucesso! Hoje em dia, a maioria das pessoas que vem falar comigo sobre a época que toquei no Angra dizem que este é o melhor álbum. Foi bem, só no Japão caiu um pouco, mas não muito.

Hugo Mariutti: Ah, caiu vai…

Luis Mariutti: Em relação ao Angels Cry que ganhou disco de ouro e tal, mas no resto do mundo.

Rafael Nery: A produção contou com o Roy Z que já trabalhou com diversos artistas famosos do meio musical como Bruce Dickinson, Sebastian Bach dentre outros e com Sascha Paeth. O resultado sonoro não poderia ser outro senão excelente, como foi esse trabalho?

Fábio Ribeiro: O Roy Z tem uma linguagem mais “Vintage”, ele é americano e tem uma outra visão. Na Verdade, foi muito legal a mistura dos dois produtores.Todo este lance mais “Vintage” relaxado do Roy Z dos anos 70,80 e tudo mais na hora da gravação que era importante para tirar um excelente som de guitarra e bateria e também a flexibilidade dele com a gente, o tipo de tratamento na hora de gravar sendo sempre muito aberto. Isto misturado com o lado alemão do Sascha, muito preciosista, perfeccionista para a mixagem. Uma combinação muito legal.

Hugo Mariutti: O Roy Z ensinou muita coisa para nós todos, principalmente para mim e o André Hernandes principalmente, por sermos guitarristas. Aprendemos muita coisa sobre equipamento, o jeito de tirar som, de tudo.

Luis Mariutti: Além de gravar, ele toca…

Hugo Mariutti: Ele não é só um produtor top, ele é um guitarrista top! Ele é muito bom guitarrista e tem uma pegada metal.Ele é do primeiro escalão! Para nós, foi uma aula.

Fábio Ribeiro: Para eu que mexo com estúdio, foi o melhor curso que poderia ter feito!

Hugo Mariutti: Foram dois meses de aula!

Rafael Nery: Eu também acredito que para o André Matos tenha sido.

Hugo Mariutti: O André falou que sim.

Luis Mariutti: Ele ajudou o André nas letras e melodias! Na hora de cantar,deixar solto e etc.

Hugo Mariutti: Ele consegue passar muita confiança para o artista fazer o melhor, ele extrai o melhor.Antes da gravação e pré-produção, ele foi conhecer o trabalho de cada um na Internet e já chegou aqui sabendo como cada um tocava e como era cada um, com isso ele pode extrair o melhor todos.

André Hernandes: Ele tem um lance “meio latino” de tocar com o coração, menos perfeccionismo e mais emoção. Eu acho que foi legalque, pelo menos para mim, nos solos ele conseguiu extrair algo que nem eu sabia que eu tinha.Era da emoção mesmo, de saber simplificar para deixar mais bacana, mais bonito. Ele me deu liberdade total de tocar, gravava os takes, ele ouvia , escolhia e tal. Os conselhos sempre foram a respeito de economizar no aspecto pensado e abusar do aspecto emotivo, então chegamos em um equilíbrio de técnica e emoção que não teria conseguido sem os conselhos dele.

Rafael Nery: Qual o equipamento usado para gravar o álbum?

Hugo Mariutti: Falando do equipamento de guitarra. Amplificadores foram usados um Marshall JCM 800, edição de aniversário, aquela vermelha, Um Marshall JCM900, Um Mesa Boogie Dual Rectifier e o Laney modelo do Paul Gilbert, estes eram todos os cabeçotes.De caixa, usamos duas Marshalls e uma Mesa Boogie, um Vox AC-30 e um Fender Twin Reverb para gravar sons limpos e estas coisas. De microfonação usamos o Shure – Sm 57 e um microfone chamado Heil, que inclusive foi o Roy que trouxe.Usamos bastante pedais diferentes, onde contamos com o apoio da Nig e da Digitech.Também procuramos usar cordas da Elixir bem pesadas para a gravação das bases, para sempre manter uma afinação bem estável.

Quanto às guitarras usamos duas Gibson (Explorer e Flying), usei uma Fender, usei até uma Jazzmaster do Zagannin.O Zazá usou as Di Castelli’s.

André Hernandes: A gravação foi feita da seguinte maneira, nós sempre gravávamos em duas vias cada um, ou seja, eu dobrava e ele dobrava também. Eu dobrava sempre com a Gibson Explorer no JCM 900 e depois no JCM 800, o Hugo usava sempre a flying V no JCM 800 e depois no Mesa Boogie. Então, nós tínhamos quatro dobras da mesma coisa com setups diferentes, e sempre havia Overdrives empurrando estas distorções. O Ts 8, o Ts 9 , o Tube Screamer da Ibanez, O Tone Drive da Digitech , o Dual Drive da NIG.

Hugo Mariutti: Nós íamos trocando e colocando o que funcionava melhor para cada um. Pedais, caixas e etc.

André Hernandes: Resumindo: ele usou a Flying V, a Jazzmaster do Zagannin , Eu usei a Explorer Gibson e a Di Castelli’s 01.

Hugo Mariutti: Também uma SG por música, e uma fender Jaguar que tinha lá de 1967. Fora os efeitos a mais como o whammy e etc.

Fábio Ribeiro: Vou começar pelo piano que sempre foi característica do André e tudo mais. Pela primeira vez não foi usado um piano de calda microfonado, na verdade fizemos uma procura no começo. Nós não tínhamos recebido da NORD no começo da produção, empresa pela qual sou patrocinado (Na realidade Clavia, empresa Sueca), o Nord Stage, que era justamente um instrumento especializado em piano acústico e tudo mais. Porém, quando chegou o momento de começar a gravar os teclados já na metade da produção nós já tínhamos recebido e foi uma grande surpresa, pois nos surpreendemos com a sonoridade. Então usamos na Demo e enviamos para o Sascha para receber o parecer dele e na realidade ele não se ligou que era eletrônico, o que foi a aprovação,então usamos ele para piano. Os Teclados foram os mais variados possíveis, nós sempre pensamos da seguinte forma, que nem todo instrumento isolado, um único teclado ou equipamento, vai te suprir com todas sonoridades que você precisa. Então nós fomos procurando o melhor de cada área, tipo: “Nós precisamos de um bom timbre de Organ Hammond , então vamos ver os mais legais”. Neste caso o Nord electro. Sintetizadores foram o Nord Lead, o Nord Lead 3, Korg Triton Extreme que temos duas Unidades, Korg Ns 2000b, são vários que é até difícil de lembrar.

Falando sobre Softwares, existe muita coisa de Reason no Disco, que é um software que não tem nem o que falar, muito versátil, muito legal. Usamos muito ele, porém com os samples personalizados, ou seja, nós mesmos fizemos.

Hugo Mariutti: O Zazá falou Dx-7, mas tem…rs

Fábio Ribeiro: Usamos Dx- 7 e D 50, teclados dos anos 80. Um pouco mais antigos e tudo mais.

Mais Softwares tem Pro 53, o Arturia , o Arturia Modular Moog, Mini Moog , CS 80 , Arp 2600  são uns 20 e poucos instrumentos diferentes. Naquela ideia de você estar precisando de timbre X, então vamos ver qual instrumento irá te dar isto com mais finalidade, o que resulta em uma lista bem grande.

Luís Mariutti: Agora estou com patrocínio da Warwick,mas no disco eu usei o meu Music Man. O amplificador SWR. Três Pedais, um MXR de distorção, um Sansamp e um chorus da Digitech.

Hugo Mariutti: Foi usado uma bateria SAEMA… (risos gerais).

Eu não lembro a bateria exatamente, acho que foi uma TAMA Star Class. Como não foi o Eloy, foi o Rafael Rosa que gravou o Disco, estou meio na dúvida.Uma TAMA Star Class com pratos Zildjian, Sabian e etc.

Rafael Nery: Existe também um excelente cover do Journey que eu acredito ser uma das maiores bandas de todos os tempos.Porque a escolha por esta banda?

Hugo Mariutti: É na versão do Japão! Na Verdade, quem sugeriu o cover do Journey foi o Roy pela voz do André lembrar a voz do vocalista.

André Hernandes: O Journey foi uma banda que fez muito sucesso no Japão.

Hugo Mariutti: O Roy Z achou que fazer um cover desta música seria algo muito legal. Na verdade, eu não sou muito fã, mas eu achei que a versão ficou legal porque ficou diferente, ficou pesada e tal. Quem gosta mais é o Luís. (risos)

Luís Mariutti: Então, sou fã, sempre fui fã…Rs

Daí eu sugeri pro Roy e ele sugeriu para a banda…

André Hernandes: É engraçada esta história, porque quando pintou o assunto do cover todo mundo começou: “Legal! Sabbath! Queen!”, quando ele chegou com Journey foi um susto.

Hugo Mariutti: A gente respeita e tal, mas com exceção do Eloy ninguém é fã da banda.

Eloy: Eu sou!

Hugo Mariutti: Então, na verdade foi a ideia do Eloy…rs

Luís Mariutti: Tem esta coisa também, por exemplo: A ideia foi, se você tem de fazer um cover, você tem de fazer algo que realmente fique um pouco diferente do original. Se você pegar um cover de metal, como fizemos com Painkiller no Angra, nós tentamos tocar como o original, sendo que o Painkiller nunca vai ser superado. Não que a gente supere o Journey ou algo assim, mas fica diferente. É outra comparação.

Fábio Ribeiro: É, neste caso de cover de metal, como é do mesmo estilo não tem como você diversificar aquilo,aprimorar e mudar.

André Hernandes: Se o Journey fosse como ficou, eu iria gostar.

Por exemplo, a música do Journey começa com um teclado, e na versão da banda começa com um riff com corda solta, no estilo do Iron Maiden.

Luís Mariutti: Exatamente! É para deixar o Journey metal.

E a guitarra, pois na música do Journey mal consigo ouvir a guitarra.

Hugo Mariutti: Anos 80 foi uma época em que as músicas eram voltadas todas pro teclado, então nós criamos alguns riffs em cima para que ela ficasse com a nossa cara.

Fábio Ribeiro: Era dominado pelo teclado! Aí a tal da liberdade, nós tivemos como trabalha-la e trazer para o estilo.

Hugo Mariutti: E acabou ficando legal, depois nós comentamos com o Roy, você insistiu tanto que ficou legal.

Luis Mariutti: Esta e aquela do Menudos… Não lembro o nome…Rs

Eloy: Não se reprima…Rs

Luis Mariutti: If you weren’t here…Rs

Rafael Nery: Eu nunca esperaria um cover do Journey…

Hugo Mariutti: Nós também.

André Hernandes: É que o Journey é uma banda de uma época em que ouvíamos metal, e naquela época ou você ouvia metal ou você era “falsing metal” Rs

Você era queimado em praça pública, na praça da bandeira. Rs

E as outras bandas tipo Kansas…

André Hernandes: Você podia até gostar, mas você não tinha coragem de admitir. Você não era louco de contar para seus amigos que curtia uma música destas bandas.

Rafael Nery: Bon Jovi?

André Hernandes: Aí acho que… prefiro o Kansas!

Luís Mariutti: Bon Jovi, acho que você pegou pesado!

Rafael Nery: Eu gosto de todas estas…risos. Mr. Big, Então?

Luis Mariutti: Ah, para quem tocava baixo era legal o Billy Sheehan. Eu quando ouvia queria prestar atenção nas frases do baixo.

André Hernandes: Eu quando ouvi Mr.Big pela primeira vez, foi “Addicted to that Rush” e eu achei demais, a banda dos sonhos. Então comprei o disco e fui ouvir o resto, é tão irregular, é uma banda de extremos. Eles têm uma super música, e o resto é tudo meio abaixo desta música. Todos discos da banda,quero dizer, tem duas músicas maravilhosas e o resto parece que eles fizeram para somente terminar o disco.Parece o Kiss na fase do animalize pra frente.

Luis Mariutti: Eu preferia o Billy Sheehan no Talas.

André Hernandes: Eu prefiria no David Lee Roth mesmo, com o Steve Vai.

Rafael Nery: Na realidade, se pegarmos o Mr.Big mais pro fim da carreira com o Kotzen, já era uma banda mais de Pop/Rock. Eu adoro este tipo de som.

Luis Mariutti: É que no meio destes Pops tinha uns rocks que achávamos legais.

Hugo Mariutti:É o que o André Hernandes falou, daí você ouvia o disco inteiro já melava muito.

Rafael Nery: Apesar de falarmos de uma carreira solo, vocês acreditam que o título do disco se refere a liberdade que todos tem a partir de agora? Ou já havia isto no passado?

Hugo Mariutti: Ah, sim! É aquele lance da convivência, do astral bom. Aqui não tem stress para ver quem põem mais música no disco, não tem dessa. Ninguém fala: “Eu quero que minha música entre no disco!”, não tem esta, o que for melhor do material vamos usar. O que for ruim, vamos falar. Não tem briga de nada, ninguém quer passar a perna em ninguém. Acho que o nome do disco diz tudo.

Rafael Nery: Como está sendo a resposta para as promo tours feitas recentemente e o processo de aceitação do álbum?

André Hernandes: Foi minha primeira turnê deste tipo, mas o André Matos me contou que foi a mais intensa que ele já fez. Para você ter uma ideia dos números, em sete dias: nove vôos internacionais, uma viagem de trem bala e duas de carro, sendo que deste nove vôos, dois foram de 11 horas. Só para você ter uma ideia como foi. Foi uma média de doze entrevistas por dia, teve um dia na França que nós fizemos autógrafo, entrevista e show em duas cidades diferentes.Acordamos em Paris, pegamos o trem bala para Lion, passamos o som, demos a entrevista, pegamos o carro fomos para Clermont Ferrand, fizemos show, fizemos entrevista, fizemos a sessão de autógrafos, voltamos para Lion, fizemos o show, fizemos uma entrevista e demos autógrafos.Fomos dormir às 3 horas da manhã, acordamos às 5 horas da manhã para ir para o aeroporto e pegar um vôo para a Grécia. Era uma média de dois vôos por dia, porque na Europa você não pega um vôo direto para a Grécia, você tem de ir primeiro para a Alemanha e depois ir para a Grécia. Por mais que tenha sido muito cansativo, para eu que fiquei 48 horas sem dormir, quando chegou na quinta feira na Itália nós fizemos um show a tarde e eu praticamente dormi não sei como eu consegui tocar, toquei segurando meu olho para não dormir.Porém, achamos isto muito bom, porque é muito melhor você ir para lá com a agenda esgotada, ficar sem dormir e etc do que chegar lá e não fazer nada. Foi um resultado muito positivo, ver que o mercado lá é muito forte e que o André ainda tem muito prestígio lá.

Rafael Nery: Eu vi no diário do Japão as fotos das sessões de autógrafo.

André Hernandes: Esta foi do Japão, no ano passado.

Hugo Mariutti: Noano passado o André fez esta promo tour no Japão, e logo em seguida fomos convidados para tocar no maior festival de lá que se chama Loud Park. Tocamos junto com Black Sabbath, Marylin Manson, Machine Head, Lacuna Coil, Saxon,ou seja,Festival de 20, 30 mil pessoas. Então, lá fora as coisas estão caminhando muito bem e aqui também.

Rafael Nery: Muito Obrigado Pela Entrevista, gostaria que deixassem uma mensagem para os visitantes do Guitar Clinic.

Hugo Mariutti: Eu agradeço primeiro pela entrevista e aos nossos fãs que já mostraram que estão votando na gente nas eleições de melhores do ano e agradecer por toda paciência pelo acontecimento com o Shaman. Agora estamos aí de novo e esperamos ver todo mundo na turnê o mais rápido possível.

Luis Mariutti: É isso ai! Gostaria de dizer que o Adriano (jogador de futebol) voltou a jogar bem…Rs Marcou dois! Rs

Eloy: Um impedido!rs

Luis Mariutti: Então é isso aí, estamos secos para começar a turnê! Nós tivemos paciência também, pois estamos loucos para tocar, então queremos ver todo mundo na turnê. Não esqueça de ouvir o Rafael (Nery) que também é um grande guitarrista (referindo-se ao entrevistador)!

Rafael Nery: Muito Obrigado pelo elogio Luís!

Fábio Ribeiro: Agradecer mesmo pela paciência!

André Hernandes: Eu também gostaria de agradecer a oportunidade da entrevista, em relação a turnê tem muita gente ansiosa perguntando quando começa e tal.Agora que o ano realmente começou no Brasil, depois do Carnaval, as coisas estão começando a ser agendadas.Nós também estamos ansiosos para começar a turnê logo, e agradecer os fãs pela paciência e pelo carinho.

Hugo Mariutti: Também gostaria de fazer um agradecimento especial aos nossos patrocinadores que nos apoiam, que são os pedais da NIG , o Luis com a Warwick, as cordas Elixir, o Castelli e o Rockstage pelo Zaza. Paiste do Eloy, Lp Evans, Pro Mark,Ale Bags que eu conheço desde o Japão!rs

O Korg, Clavia, Akg que inclusive estamos gravando com o microfone que patrocina o André, os cabos Monster Cable etTodos que sempre dão esta força para a gente!

Rafael Nery: Supermercados Mambo! Rs

Eloy: Eu gostaria de agradecer a todos fãs pela paciência, estou muito feliz de estar tocando da banda, a gente espera estar tocando por todos lugares para quebrar tudo!

Rafael Nery

Rafael Nery

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