Dennis Stratton, guitarrista do primeiro álbum do Iron Maiden

Foto: Reprodução
Entrevista originalmente publicada no site rockmania.com.br, em 18/04/2015

WV- Olá, Dennis Stratton! É um prazer estar realizando essa entrevista!

DS- Olá, aqui é Dennis Stratton, guitarrista original do Iron Maiden, falando da Inglaterra para o Brasil.

WV- Você está eternizado no primeiro disco do Iron Maiden, e os fãs aqui no Brasil jamais te esqueceram. Isso te deixa feliz?

DS- É muito legal você comentar sobre o primeiro álbum do Iron Maiden! Eu sei que tenho muitos amigos, “família” e fãs no Brasil. Eles nunca vão me esquecer e eu levo isso no meu coração, muito, muito legal. E como eu disse, estar no primeiro álbum e trabalhar no segundo álbum foi um grande passo para mim, foi muito bom. E eu nunca vou esquecer o povo brasileiro, porque vocês são muito importantes para mim.

WS- Por que você saiu do Iron Maiden?

DS- Era muito legal no início. Eles eram jovens e eu era um pouco mais velho, eu já havia feito turnê com o Status Quo no início dos anos 70, eu já tinha mais experiência com turnês e gravação. Eu não saí completamente, a banda apenas foi ficando pequena para mim e Rod Smallwood, a gente não conseguia mais olhar um para o outro. Isso por conta das músicas que eu escutava. Tocar na banda não era um problema, tudo parecia tranquilo. Mas Rod parecia que não gostava que eu escutasse Eagles e bandas assim. Ele não gostava mesmo disso. Na turnê com o Kiss que os problemas se agravaram um pouco. Uma pena, porque estávamos apenas começando.

Foto: Divulgação

WV- Você gosta de ser sempre lembrado como um ex-Iron Maiden?

DS- É legal ser lembrado como guitarrista do Iron Maiden, porque foi há muito tempo atrás. Eu fico contente e satisfeito que as pessoas ainda se lembrem de mim. Então, sim, é muito legal!

WV- Você tem contato com algum integrante do Iron Maiden, ou mesmo, com algum ex-membro?

DS- Eu não tenho contato com nenhum ex-membro do Iron Maiden desde que Clive se foi. Eu falo com Steve Harris com frequência. Basicamente, porque somos fãs do West Ham, nós amamos o West Ham. Se ele está longe, nós conversamos por telefone. Então, sim, eu ainda falo com Steve a maior parte do tempo.

Foto: Acervo pessoal

WV- Como você imagina que seria sua vida hoje, se tivesse seguido com o Iron Maiden?

DS- Se eu tivesse ficado no Iron Maiden, eu não sei. Eu estava um pouco louco naquela época. Eu não tenho certeza se eu ainda estaria vivo. Eu não sei, eu sei que eu teria mais dinheiro. E eu teria tido a chance de ir para o Brasil. Mas eu não tenho certeza. Eu acho que teria pirado. Não tenho certeza.

WV- Após o Iron Maiden, você tocou no Lionheart. Como foi aquela época?

DS- Sim, depois do Maiden, em 1980, 81, o Lionheart era uma banda fantástica! Eu, Rocky Newton, Steve Mann. Costumávamos fazer um monte de trabalhos de estúdio para outras bandas, uma vez que não tínhamos um contrato de gravação na época. Nós fizemos um monte de álbuns para pessoas do Def Leppard, do Girl. Um monte de trabalhos de gravação. Mas, felizmente, em 1984, nós fomos para Los Angeles e gravamos o primeiro álbum do Lionheart. Foi uma época boa, com bons amigos, boas músicas, bons cantores, bons músicos. É uma pena que as gravadoras nos decepcionaram quando voltamos dos Estados Unidos. Eles nos disseram que sairíamos em turnê com bandas diferentes, algo que nunca se concretizou. Então, infelizmente, a banda meio que fracassou.

WV- E a banda Praying Mantis? Nos fale sobre sua experiência com ela, que durou cerca de 15 anos.

DS- Então, me pediram para ir para o Japão em 1990, com Praying Mantis. Quem diria naquela época, em 1990, que iria durar 15 anos. Fomos convidados a gravar um álbum com a gravadora Pony Canyon, o que nós fizemos. Foi muito bom, tirando a parte do vocal. Mas eles queriam seguir com a gente, e ficamos com a gravadora. Por 15 anos nós fizemos um monte de álbuns. Tivemos diferentes vocalistas para diferentes álbuns. Basicamente, por estarmos tentando encontrar o vocalista certo, é que não estava funcionando. Mas por 15 anos foi ótimo. Mais uma vez, fomos nós três: eu, Tino e Chris. Três irmãos. E eu ainda vejo eles atualmente, o que é muito bom. Então, sim, foi uma ótima época, antes e depois do Japão. Bons tempos…

WV- E como foi trabalhar com Paul Di’Anno fora do Iron Maiden?

DS- Eu nunca me dei bem com Paul Di’Anno. Eu nunca me dei bem com ele, e nunca vou dar. Eu tive que fazer isso num álbum ao vivo em 1990, “Live At Last”, porque a gravadora queria. Mas tirando isso, eu nunca trabalharei com Paul. Nunca mais, nunca! O The Original Iron Men é ele e Lea Hart, que eu penso ser o maior trapaceiro do mundo. Então, eu realmente não quero falar sobre Di’Anno, Lea Hart, ou The Original Iron Men.

WV- Dennis, você poderia nos falar sobre algum momento inesquecível em sua carreira?

DS- O momento mais inesquecível da minha carreira foi por volta de 1976. O RDB, Remus Down Boulevard, estava tocando na região de Londres, no Marquee, quando assinamos contrato com a Quarry Management, que trabalhava com Status Quo e Rory Gallagher. Então, começamos a fazer shows maiores, como o Marquee. Daí fomos convidados a fazer uma turnê pela Europa e Escandinávia com o Status Quo. Você estava tocando para um público de 400 a 500 pessoas na plateia, e de repente se tornaram 60 a 80 mil, juntamente com o Status Quo. Teve uma vez que entrei no palco, no primeiro show na França com o Quo, e com o RDB, e todas as luzes se apagaram e o roadie de guitarra me levou para o equipamento com uma tocha. Como eu disse, você estava tocando para 500 pessoas, que de repente viraram 60, 80 mil, e o barulho era ensurdecedor. Ele me levou para o amplificador. Lá estava eu com a guitarra principal em uma mão e com o plug na minha mão esquerda. A minha mão esquerda estava tremendo tanto, o roadie teve que pegar minha mão e plugar a guitarra, porque eu estava tremendo tanto que não conseguia plugar a guitarra. Mas, no instante que liguei a guitarra, fechei os olhos e saímos para o nosso primeiro show com o Status Quo. E foi absolutamente fantástico. Eu me lembro de outro momento inesquecível… Quando eu estava andando no palco do Reading Festival, com o Iron Maiden, com toda aquela multidão. Muitas memórias boas…

WV- Quais são seus artistas favoritos?

DS- Meus artistas favoritos… Bem, os meus vocalistas favoritos são Paul Rogers, David Coverdale e Dio. Todos grandes vocalistas. Mas quanto a outros músicos, a minha maior influência é Steve Lukather, guitarrista do Toto. Todos na banda são músicos simplesmente fantásticos. Mas eu tenho admiração por muitas outras bandas que estão na ativa. As minhas bandas favoritas são Journey, Foreigner, Toto e Eagles. Eu adoro o Foo Fighters e a empolgação dessas bandas novas.

WV- O que você não gosta no meio musical?

DS- Eu não gosto de pessoas de duas caras. Eu não gosto de gente que puxa o saco dos outros. Se você fala o que pensa, você está sendo sincero. Se você disser a alguém como você se sente, você está sendo sincero. Mas se você mentir para agradar alguém, só porque é isso que essa pessoa quer ouvir, então você estará sendo um puxa-saco. No mundo da música há um monte de gente assim. Então, eu gosto de pessoas sinceras.

WV- Dennis Stratton, muito obrigado pela entrevista!

DS- Ok! Eu apenas quero desejar muito amor para todos! Bye, bye!

Foto: Acervo pessoal
Wander Verch

Wander Verch

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