Power é um dos hinos do estilo conhecido como Metal Melódico, é impressionante como a maioria dos fãs do gênero têm a melodia forte do refrão na ponta da língua, e não é de se estranhar visto que este sempre foi um artifício muito usado pela banda Helloween desde os seus primeiros discos. Power sintetiza tudo que os fãs do estilo gostam: melodias marcantes, grooves rápidos, vocais agudos, frases em semilcolcheia , duetos de guitarra e etc. É notório também como a afinação mais baixa (Eb) e a voz do vocalista Andi Deris deram um clima mais pesado e ‘dark’ se comparado à primeira fase da banda com o vocalista Michael Kiske. Portanto antes de estudar esta transcrição é necessário que você desça meio tom da afinação do seu instrumento e o deixe bem afinado para começar, é válido lembrar que as notas estão soando meio tom abaixo do que está transcrito na partitura e caso você confira as versões ao vivo, será possível encontrar algumas performances usando a afinação de D (1 tom abaixo) o que irá garantir ainda mais peso para a música.
O primeiro desafio encontra-se no dueto (Tema 1 – compasso 4) em que a banda utiliza o recurso de guitarras gêmeas com uma delas fazendo o dueto uma terça acima. Aqui você pode aproveitar para você colocar em prática o seu conhecimento em escalas maiores e deduzir a guitarra acima subindo uma terça diatônica (Tonalidade de Ré menor), porém caso você não possua este conhecimento, a guitarra número dois deste trecho está transcrita no final da partitura com a digitação correta. Em termos de execução a dificuldade está na afinação dos Bends e vibratos, principalmente se formos trabalhar esta canção em uma banda, para isto os dois guitarristas devem estar afiados e devem tomar cuidado com a frase rápida no final do trecho. (A mesma concepção de arranjo é aproveitada para o Tema 2 – compasso 69)
O Verso (compasso 21) e Pré-Refrão (Compasso 37) não trazem grande dificuldade técnica, mas são interessantes para analisarmos a mudança no acompanhamento da melodia que em primeiro momento funciona com acordes soltos e depois a variação ocorre com um padrão de semicolcheia trabalhando a nota fundamental e terça do acorde.
O Refrão (Compasso 53) traz uma melodia interessante e o fato curioso é que temos a impressão de estarmos ouvindo um contraponto entre o baixo e a melodia, é claro que não estamos falando de um contraponto seguindo todas as regras da composição erudita, mas a sonoridade do trecho sugere tal intenção e em alguns momentos estamos trabalhando com movimentos contrários, ou seja, as vozes seguem direções opostas melodicamente. É nítido que a mesma ideia foi usada no dueto depois da introdução da música causando um efeito muito legal. Para executar este trecho, além de enaltecermos estas movimentações do baixo, é importante estarmos com a técnica de Palm-Mute em dia para os acordes do refrão soem com clareza, devido a velocidade do andamento é importante usarmos a técnica de palhetada alternada.
A construção do solo é toda baseada na escala de Dm eólio com algumas passagens pela escala pentatônica, ele também merece atenção pelo andamento veloz com frases rápidas explorando a técnicas de ligado em padrões de duas ou três notas por cordas e mais uma vez a afinação dos Bends deve ser precisa para não comprometer a afinação do mesmo. Estude-o com paciência.
De uma maneira geral Power é uma boa síntese repleta de recursos clássicos utilizados por bandas do mesmo estilo, porém criada pelos pais da matéria e com uma melodia e ritmo cativantes torna-se estudo quase obrigatório para todo pretendente a guitarrista de Heavy Metal. Divirta-se! (Rafael Nery)
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