Entrevista publicada em novembro de 2008 no site guitar-clinic.net
Rafael Nery: Olá Rafael, tudo bem? Muito Obrigado por conceder esta nova entrevista para falarmos sobre seu novo álbum que se chama”Brainworms I”. Inicialmente gostaria de começar sabendo a razão pela qual você escolheu este título?
Rafael Bittencourt: Durante o processo de composição e pré-produção do Cd, eu estava lendo o livro do Oliver Sacks que se chama Alucinações Musicais. O Autor é neurologista e ele comenta que o termo Brainworms é usado para descrever aquelas melodias que “grudam” na cabeça. E, como as melodias que eu estava trabalhando ficavam sempre na minha cabeça e eu estava sempre tocando, eu achei interessante me apropriar do termo para intitular as minhas músicas. Eu sempre trabalhei, e desta vez mais ainda, para que as melodias ficassem bem memorizáveis com o intuito das pessoas cantarem e as relembrem com facilidade.
Rafael Nery: E qual a razão para incluir a numeração no título? Estamos falando de uma sequência?
Rafael Bittencourt: Exato! Para sugerir que este é o primeiro de uma série…
Rafael Nery: Uma grata surpresa deste é álbum é que você também assumiu os vocais! Como surgiu o seu interesse pelo canto? Você chegou a fazer aulas? Qual sua classificação vocal?
Rafael Bittencourt: Há muitos anos eu gosto de cantar e até tive aulas por muito tempo. Demorou para que eu encontrasse o meu estilo e a colocação de ressonância ideal para a minha voz. Demorou também para que eu entendesse a questão da respiração e a parte técnica, porém eu sempre gostei, sempre compus as músicas cantando e sempre tive aulas de canto com diferentes professores. Desta forma eu acho que me senti mais seguro para cantar, porque cantei no meu estilo sem tentar imitar ninguém e com a confiança de que é algo que eu gosto de fazer. Eu determinei que mesmo que as pessoas não gostassem da minha voz, elas iriam sentir, ao menos, que fiz com muita vontade e emoção.
Quanto a minha classificação vocal eu acredito que seja tenor, mas não um tenor muito agudo, algo mais normal mesmo que em alguns casos eu também alcance a região de barítono. Depende da colocação. Se eu for cantar música clássica, seria um barítono, mas quando eu berro como um louco varrido atinjo as regiões de tenores.
Rafael Nery: O jeito de cantar e principalmente a dicção me lembraram o vocalista do Journey, por mais que a voz dele seja bem menos “encorpada” …
Rafael Bittencourt: Sim, sim! O Steve Perry é uma grande influência para mim no estilo de criar melodias, timbre e até interpretar. Quando comecei a cantar minha voz soava bem parecida com a dele, mas com o passar do tempo eu fui tentando colocar mais agressividade para buscar meu próprio estilo e ninguém achar que eu estava imitando alguém.
Rafael Nery: Como foi o processo de composição deste novo álbum? Existe algum material que já havia sido escrito há muito tempo atrás?
Rafael Bittencourt: O Álbum é uma compilação de várias etapas, então existem músicas nele compostas desde a época do Holy Land e outras de diferentes fases e diferentes estilos.A minha ideia foi mostrar todos os estilos de música que eu gosto. Este álbum é algo bem pessoal, como um portifólio com ritmos, formas, estruturas musicais e arranjos que gosto de trabalhar. Cada música neste trabalho tem uma história e uma data bem diferente da outra e isto que dá a riqueza e a variedade do álbum.
Rafael Nery: Mesmo estas músicas que você compôs na época do Holy Land, você acha que elas se encaixariam no Angra?
Rafael Bittencourt: Eu acho que para que isto fosse possível deveriam haver modificações, e é por causa disto justamente que elas não entraram nas gravações do Angra: porque soavam muito diferentes. Quando eu estou compondo uma música não significa que ela vai parar no álbum do Angra, porque as vezes surge uma música que não se enquadra no estilo da banda que tem um direcionamento mais metal melódico.
O estilo musical do Angra é mais rápido e mais virtuoso. Quando faço uma música, faço o que me dá na telha e muitas vezes faço me divertindo e não pensando em transformar aquilo em um hit do Angra.
Já fiz, reggae, dance music e outras coisas que queimariam o meu filme provavelmente e sei que não posso nem mostrar para os caras do Angra isto. Muito menos aos fãs (risos). Mas, quando faço as músicas, deixo bastante espaço para ser arranjada de diferentes maneiras. Procuro definir a estrutura geral com apenas a melodia e a harmonia para assim dar mais espaço para os músicos colocarem sua “cara” no som.
Rafael Nery: O disco conta com diversas participações, como foi o processo de seleção dos músicos? E como surgiu a ideia de convidar o seu ex-colega de banda Ricardo Confessori para gravar duas faixas?E o Kiko loureiro para o piano de algumas?
Rafael Bittencourt: No caso do Ricardo ele já havia participado de duas músicas que ele gravou, “Comendo Melancia” e “NacibVéio”, só que muito tempo atrás. Então, como ele já havia gravado, e eu queria regravá-las, achei que seria legal que ele as refizesse. Não tivemos muito tempo para refazê-las, mas ficaram nota dez!!!
A NacibVéio fazia parte da primeira demo do Holy Land e ficou fora do disco porque era escrachada demais. Agora decidi refaze-la porque é uma música divertida e engraçada, tem partes instrumentais interessantes e mostra um outro lado meu, bem humorado, que ajuda a descrever a minha personalidade. A “Comendo Melancia” eu gravei para um Cd da Cover Guitarra já fazem um dez anos e o Ricardo participou na bateria. O Ricardo faz muito bem esta onda de swing com peso que é a vibe da música. Quanto ao Kiko eu o chamei porque ele toca muito bem piano, teclado e etc, e este é um lado dele que o pessoal não conhece muito bem. Eu queria chamá-lo justamente por algo diferente, inusitado, já que todos o conhecem tocando Guitarra. Esta é a razão que o chamei para tocar piano. E, o foco principal do disco é a composição e não a guitarra.
Rafael Nery: Um ponto interessante é o alcance musical do álbum, pois temos muitas faixas contrastantes. Em alguns momentos estas me lembravam bandas mais progressivas cheias de efeitos e em outras bandas como Triumph ou Journey, com uma influência brasileira também como em Santa Teresa ou NacibVéio… Como você enxerga esta variedade?
Rafael Bittencourt: Na verdade, eu acredito que este seja o meu forte como músico, o fato de estar sempre pesquisando vários estilos diferentes é o que me dá uma bagagem diferenciada. Eu realmente gosto de ouvir e compor músicas de estilos diferentes.
Como eu já falei, este disco é um portifólio musical do que eu gosto de trabalhar, e dos diferentes aspectos da minha personalidade, então eu queria que todos estes estilos estivessem presentes no álbum.
O disco começa bem Heavy Metal, mais tradicional, passa por um lado experimental e termina em algo bem brasileiro.Então, esta transformação ou metamorfose que ocorre durante o disco é exatamente a graça do disco, a pessoa começa ouvindo de um jeito e termina de um jeito totalmente diferente. Isto foi totalmente intencional e eu gosto disso. Vou educando o ouvinte de rock introduzindo, aos poucos, outros estilos de música. Até que ele acaba curtindo algo que ele nunca imaginou, uma Nacib Veio, que é totalmente inesperada num trabalho meu.
Rafael Nery: Fugindo um pouco da ideia dos Cds de guitarristas que costumam ser a mesma coisa do começo ao fim…
Rafael Bittencourt: Exatamente! Então eu tentei criar o clima dos discos dos anos 80, onde as músicas eram mais importantes que os artistas que as faziam. E o meu forte é fazer canções, se eu fosse fazer um CD instrumental não iria ficar tão legal porque não tenho muita pratica nesta área.
Rafael Nery: O seu lado de letrista sempre foi ressaltado no Angra, mas neste cd consegui perceber um lado mais introspectivo e reflexivo.
Rafael Bittencourt: O estilo das letras é mais ou menos o mesmo que eu sempre escrevi. Eu procurei aquela coisa meio “Soturna” denovo, obscura, triste que tem estado nas minhas letras desde o começo, a dramaticidade vem do fato de parecer que estou falando de mim o tempo todo. E no fundo, não é bem assim, o poeta é um fingidor como dizia Fernando Pessoa.
O que eu acho que tenho me aprimorado, cada vez mais, é na questão da estrutura, tentando colocar as ideias de como soar bem natural, as influências das letras, sem aquelas frases muito intricadas e complicadas. Quanto mais simples e mais fluentes as frases, mais bem escrita é a letra.
Rafael Nery: Ah sim! Comentei sobre isto, porque o Angra em álbuns como o Holy Land e TempleofShadowstem uma postura mais épica…
Rafael Bittencourt: Isto é porque os temas do meu CD são mais pessoais, em alguns casos faço parecer como um diário. E isto é algo que os fãs estão gostando porque eles acabam se sentindo íntimos meus e orgulhosos por eu confiar a eles esta intimidade. Outra coisa, é que é um ponto de vista bem sincero, sem muitos enfeites, buscando uma linguagem natural, coloquial, me colocando como uma cara normal que vive a rotina diária e não um herói caçador de dragões.
Rafael Nery: Você atribui isto ao fato de ser um cd solo?
Rafael Bittencourt: Claro! Um cd solo é algo mais íntimo. E, também, eu acho que estou aprendendo a fazer como Chico Buarque ou Fernando Pessoa que você pega a dor do outro e se apropria, transformando em uma dor sua. Você se apropria do sentimento que você vê nas pessoas. Tudo isto em um ponto vista muito pessoal meu, num estilo melancólico, triste e introspectivo como você mencionou.
Rafael Nery: “Nightfly” e “O Pastor” trazem um belo arranjo coral no começo, isto se deve a sua formação como regente?
Rafael Bittencourt: Eu acho que sim. Especialmente no começo de “O Pastor” que tem um contraponto em estilo renascentista que é um tipo de arranjo que você tem que estudar muito para conseguir fazer. E isto foi algo que aprendi na faculdade de composição e regência. Não é algo que você vai aprender de ouvido e criar intuitivamente. Neste tipo de arranjo contem imitação, cânone, fuga,etc, que são técnicas específicas do Barroco e Renascimento e a pessoa precisa estudar para saber fazer. Em Nightfly, o arranjo do começo é bem menos sofisticado, fácil de fazer, usando efeitos e criando uma textura meio psicodélica. Preparando o clima de sonho para a pessoa entrar na viagem da “mosca noturna” do título que voa pelas lembranças. A ideia do coro do começo é uma mistura de Jimy Hendrix com Pink Floyd.
Rafael Nery: Como surgiu a ideia de elaborar um arranjo metal para “O Pastor”?
Rafael Bittencourt: Eu gosto muito do grupo Madredeus que é o grupo que compôs e gravou originalmente O Pastor. Eu sempre quis fazer um cover no álbum em português, acho que um bom começo para que as pessoas acostumem com Heavy Metal em português seria gravar em versão metal músicas que já foram consagradas. Então eu separei algumas que achava que ia ficar legal! Então tinha o”Madredeus” e eu estava ouvindo o grupo neste dia e tive a ideia de fazer e pensei: “Ah! quer saber, eu vou fazer!?”. Estava a fim de fazer em uma pegada meio In Flames ou Soilwork, meio na onda das bandas de metal nórdicas, finlandesas e suecas que apareceram com uma espécie de Death Metal melódico, que é bem legal. Então esta mistura de fado português com metal-nórdico ficou bem legal.
Rafael Nery: Como foi o processo de gravação e qual foi o equipamento usado neste álbum?
*A lista está no final da entrevista
Rafael Bittencourt: Toda a pré-produção foi feita usando equipamentos M-audio. Eu tenho um patrocínio deles e usei várias coisas como placa de som, monitores, softwares, microfones, Pro Tools, plug ins do pro tools, Black Box e uma série de equipamentos da M-audio que eu usei para compor as músicas.
Para gravar, nós gravamos as baterias no estúdio Tonelada e a bateria foi uma Yamaha Custom Maple Deluxe e a maioria dos instrumentos foram da Yamaha desde da bateria passando por teclado,baixo, guitarra e o violino.
Até as caixas de monitoração do estúdio Nação Musical são Yamaha. Eu usei os pedais da Boss: multi-efeito GT-8 e pedais separados como o tremolo, cordas NIG, pickups Di Marzio, microfones Audio–Technica e ainda tive um excelente apoio da loja Hendrix que me emprestou uma série de equipamentos para eu testar, eles sempre me fazem ótimas condições de pagamento quando preciso comprar algo.
Gravamos no estúdio Nação Musical que é o estúdio do Oscar Gonzáles, que é um amigo meu e um excelente produtor, então fizemos esta parceria juntos que funcionou muito bem.
Rafael Nery: E em nenhum momento você teve a ideia de fazer igual aos álbuns do Angra de ir gravar na Alemanha?
Rafael Bittencourt: Ah, isto não seria algo muito realista! Porque é muito caro! Eu paguei este álbum todo do meu bolso e bancar um álbum sozinho na Alemanha é muito caro! Então eu resolvi pegar pessoas que são muito talentosas e competentes, mas que estão aqui no Brasil e estão mais acessíveis e precisando da chance de mostrar o talento. Gravar lá sairia muito caro e eu não teria dinheiro suficiente para fazer isto. Mas, o resultado não seria o mesmo. O Oscar é o primeiro produtor que trabalho que realmente entende o meu espírito criativo. As minhas loucuras e misturas. Ele conhece a música caipira de “Santa Teresa” tanto quanto o heavy-metal de “Dedicatemy Soul”. O lado folk brasileiro sempre fica a desejar nas produções fora do Brasil.
Rafael Nery: Agora a pergunta que eu sei que não tem relação direta com o álbum, mas que os fãs com certeza estão esperando para ouvir algo sobre e me sinto “obrigado”a fazer. Existe alguma novidade em relação ao Angra?
Rafael Bittencourt: Sim, agora estamos programando para voltarmos com uma turnê em março do ano que vem. Estamos tentando nos desvincular do nosso empresário e isto demora um certo tempo. Tem demorado bastante porque estamos tentando oficializar o nosso direito de uso e a propriedade sobre este nome, que sempre foi meu por tê-lo criado, batalhado e pago o nome durante todos estes anos. O objetivo agora é conseguir que o empresário libere a parte dele para que possamos trabalhar sem ter vínculos, da melhor maneira possível. Esta situação tem nos prejudicado demais.
Rafael Nery: Mas com esta turnê o seu plano agora é focar-se no Angra e deixar sua carreira solo um pouco estacionada?
Rafael Bittencourt: Não necessariamente! Acho que dá para funcionar as duas coisas ao mesmo tempo. O Angra é algo muito maior, que move multidões. Mas, por exemplo, se houver um show com o Angra posso tentar marcar um show pequeno em um bar para o meu projeto. Claro que a prioridade vai ser o Angra, mas vou continuar a me dedicar ao meu projeto. O Angra estava em turnê e o Kiko e o Edu sempre mantiveram os projetos deles, acho que é uma questão de saber priorizar para que os projetos não atrapalhem o Angra, e não é necessário parar com os projetos completamente. Eu vou tentar conciliar, assim como meus colegas o farão também. Já conversamos em criar épocas de prioridades de gravações, composições, divulgação, turnê e descanso. Algo assim.
Rafael Nery: Muito Obrigado pela entrevista mais uma vez Rafael! Deixa uma mensagem aos fãs! (Faça o Download do arquivo de Som desta resposta no início da Página).
Rafael Bittencourt: Eae galera do Guitar Clinic!Aqui é o Rafael Bittencourt, obrigado para todos que tem dado um apoio a minha carreira, obrigado ao pessoal do Guitar Clinic. Parabéns pelo espaço e parabéns por estarem divulgando a guitarra e ajudando as pessoas a diluírem dúvidas e aprender seu instrumento.
Estou divulgando o Cd“Brainworms I” do Bittencourt Project que é o meu novo projeto paralelo além do Angra e logo mais novidades a vocês! Obrigado!
Equipamentos usados por Rafael Bittencourt em The Underworld:
A maioria dos instrumentos utilizados na gravação de BRAINWORMS I é YAMAHA (Bateria, baixos, teclados e violino elétrico)
Hoje em dia, com a crescente queda da indústria fonográfica, o apoio dos fabricantes e representantes de instrumentos é fundamental para a sobrevivência do músico. E sou muito grato aos meus patrocinadores que me estenderam a mão com tudo o que precisei para criar um CD de som excepcional.
Guitarras: YAMAHA RGX A2 e YAMAHA AES Dragon (Bittencourt’sCustom-shop model) na maior parte do tempo. A AES tem um som bem pesado, mas a RGX-A2 define melhor as notas, então gravei praticamente todas as bases dobrando com as duas guitarras. Uma deu bastante punch ao som e a outra definição. Em partes mais suaves, usei apenas a RGX-A2. Em Holding Back The Fire, dobrei a RGX-A2 com a YAMAHA AEX que é semi acústica e tem um captador piezo (de violão) na ponte. E, em The DarkSideof Love dobrei com a YAMAHA pacífica MS-1511 que tem um som bem especial também.
E-BOW: Me interessei, por recomendação do Oscar Gonzalez, em usar o e-bow que é um aparelho magnético que cria um som semelhante ao do violino na guitarra. Tive que estudar e ouvir um CD com uma lição de e-bow para iniciantes. Há muitas possibilidades de som naquele negócio, demanda de um certo tempo para sair algo criativo, mas vale a pena. Dobrei um solo inteiro como se fosses cordas em The DarkSideof Love.
Guitarra Baiana: Um tempo atrás eu ganhei uma guitarra baiana feita pelo Elifas Santana e sempre quis usar de alguma maneira. Eu consegui tirar uns sons bem interessantes com ela junto com o E-Bow e o Wha-Wha ligado. Ficou um som parecido com o de uma “Rabeca”. Dá para ouvir no meio da faixa bonus“NacibVéio”! No meio de “Santa Teresa”. Muito legal!
Amplificadores para as bases foram gravados quatro canais:
1)Marshall JCM 800
2) Groove Tubes trio pre-amp + Dual 75 poweramp.
3) Mesaboogie dual rectifier (orange/vintage channel)
4) CebeçaBrunnetti (italiana)
Som de Solos
Na maioria dos solos: Groove-Tubes, trio pre-amp + dual75 poweramp, tube sreamer e Tel-Ray delay (plug-in do Pro-Tools).
Os solos das faixas 2, 4, 5, 10 e 12 foram gravados com a RGX A-2
Os solos das faixas 1,3, 6 e 9 foram gravados com a AES Dragon Guitar (Rafael’scustom model).
Usei no solo da faixa 6 (The Underworld) a GT-8 com phaser e wha-wha ligados para criar um som meio de cítara.
Black Box: Usei muito a black box nas pré-produções pois é muito prática e tem sons muito exclusivos. Gravei o tema principal de “Comendo Melancia” usando a M-Audio Black Box com um efeito muito interessante chamado RNFI-16 que só existe naquele aparelho.
Pedais e multi-efeitos:
BOSS GT-8: Utilizei o Wha (cry baby), os phasers, flangers e outros efeitos interessantes.
Boss Chorus Ensemble: é um pedal muito antigo da BOSS, que é exatamente o compartimento de chorus que era inserido nos primeiros Roland Jazz Chorus. O som dele é bem quente e analógico. Usei para alguns limpos em Santa Teresa, The Underworld e outras.
Boss RT-20rotarysound processor. Utilizei em The Underworld e no órgão TOKAI para similar as caixas Leslie. É muito legal este pedal!
Violões (aço e nylon): Takamine
Microfones: 01 Audio-Technica MB-2K direto na caixa esquerda, 01 Sure SM-57 na caixa direita, 01 M-AudioSputinik para ambiência (lado esquerdo), 01 M-Audio Solaris para ambiência (lado direito) e 01 Audio-Techinca AT 4050 cm-5.
Cordas: NIG Rafael Bittencourt Signature Model (modelo exclusivo assinado por Rafael Bittencourt) 009-046 .
Captadores: DiMarzio. Virtual PAff e Paff Pro na minha AES Dragon. Na guitarra RGX-A2 os pickups são originais de fábrica.
Viola Caipira: o arranjo da música Santa Teresa foi todo feito na viola caipira. Tive que estudar bastante para poder executar. Passei a madruga gravando esta faixa. Usei uma Viola Rozini Clássica Profissional que eu peguei emprestado na Hendrix, mas me apaixonei tanto pelo instrumento que acabei ficando com ele.